domingo, 8 de janeiro de 2012

O que há por trás do Cartão UFF?

Página 6 Ano XIII - OUTUBRO-NOVEMBRO/2011 Jornal da ADUFF

A reitoria anuncia a criação do “Cartão UFF”. De acordo com o site especial sobre o assunto, o Cartão UFF deve ser “uma credencial que permite a identificação de todos os membros da comunidade universitária e fornece acesso a vários serviços de tecnologia para estudantes, professores e funcionários de forma integrada, além de benefícios em estabelecimentos e serviços fora da Universidade Federal Fluminense”. A implantação deve se dar, inicialmente, no Pólo Universitário de Volta Redonda, e depois se expandir para toda a UFF.

Ainda de acordo com o site, “a tecnologia do Cartão UFF é capaz de armazenar em seu chip informações do IdUFF e de outros serviços, além de comunicação com os Terminais de Auto Atendimento. Tudo isso com bastante segurança. O projeto foi desenvolvido pelo Núcleo de Tecnologia da UFF com apoio da Universidad de Cantabria, Espanha, e parceria do Banco Santander”.

No site, a parte que deveria apresentar os objetivos do projeto é vaga. Traz como subtítulo “Uma universidade eficiente”, e afirma que “a Universidade Federal Fluminense vem se colocando como uma referência na área de tecnologia da informação entre as grandes universidades do Brasil, ao adotar projetos ambiciosos e inovadores que vem permitindo melhorias na gerência da administração da Universidade. O CartãoUFF torna-se um grande avanço para a UFF ao possibilitar maior capacidade de gestão dos recursos da Universidade, com transparência e eficiência, tanto na captação de recursos quanto na capacidade de melhor informação do destino dos investimentos”.

Não está claro de que maneira o uso do Cartão vai interferir na gestão da Universidade, muito menos na captação de recursos e na destinação dos investimentos.

No dia 27 de outubro, o reitor e sua equipe estiveram no campus Aterrado, em Volta Redonda. Lá, o reitor explicou que diretores de algumas unidades do Pólo solicitaram a implantação do projeto e garantiu que isso ocorrerá em breve. Solicitou, inclusive, que todos já comecem a se cadastrar no sistema.

A principal vantagem alegada pelos que defendem o cartão é o aumento da segurança. Tanto que ele é implantado junto com outras medidas de segurança – catracas, câmeras.

Porém, nem mesmo no Pólo Universitária de Volta Redonda, onde a implantação terá início, docentes, servidores técnicoadministrativos e estudantes sabem exatamente o que significa a implantação do cartão. Por isso, em reunião de departamento, conseguiram adiar a entrada em vigor, pelo menos até que haja uma apresentação mais detalhada do projeto.

Aqueles que manifestam preocupação com a implantação apressada e sem maiores esclarecimentos questionam, por exemplo, a ameaça de invasão de privacidade. Consta para acessar informações no computador o professor terá que inserir o cartão, todos os acessos, pesquisas, contatos estariam armazenados neste cartão. Embora o projeto prometa menos riscos, é necessário informar quem terá acesso às informações contidas no cartão.

Concorra a um iPad

Ainda não se sabe ao certo os objetivos do Cartão UFF. Há os que alegam aumento na segurança, mas existe uma preocupação de que ele sirva para aumentar o controle sobre estudantes, técnicos e docentes. Para agradar, acenam com o sorteio de um iPad aos que se cadastrarem

Embora isso aumente o entusiasmo de uma parcela razoável de docentes e estudantes em Volta Redonda, a reitoria também deveria explicar o concurso para sorteio de um iPad. Primeiramente, se é uma medida para melhorar a eficiência na gestão, com supostas melhorias administrativas, por que promover este concurso? Além disso, quem arca com o concurso? As verbas da universidade?

Outra pergunta que paira é sobre a relação do Banco Santander com a implantação do cartão. Quais são os termos do convênio, o que o Banco oferece e o que recebe da Universidade? Faz sentido ter um mesmo cartão para pagar o restaurante universitário, e para guardar informações acadêmicas? O acordo firmado entre a UFF e o Banco Santander está disponível apara consulta e avaliação da comunidade acadêmica?

O que há por trás do Cartão UFF? Embora comunidade acadêmica ainda não entenda objetivos e consequências, Reitoria anuncia que cartão deve entrar em vigor em breve, inicialmente no Pólo Universitário de Volta Redonda?

Há muitas perguntas que precisam ser respondidas antes da implantação do Cartão UFF. E, embora boa parte da comunidade acadêmica não esteja atenta, não é um assunto que interesse apenas ao pólo de Volta Redonda, pois o projeto diz claramente que é para toda a universidade. O que está em jogo não é pouca coisa: é um projeto de Universidade, é a noção do que pode e deve representar o espaço público. Por isso, antes de sortear prêmios e implantar a medida, o assunto deveria ser debatido com o conjunto da comunidade acadêmica.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

V Assembléia Estadual da ANEL-RJ

A Assembléia Nacional dos Estudantes- LIVRE (ANEL) realizará no próximo sábado (Dia 17/09) a V Assembléia Estadual do RJ, que contará com a participação de diversos movimentos sociais onde discutiremos a situação da educação brasileira e organizaremos as lutas para o semestre, na defesa pelos 10% do PIB para a educação! A tarde teremos grupos de discussões que além do tema de educação, abordará o tema de opressões a fim de dar continuidade ás campanhas do semestre passado e pensar os novos desafios.

Nas ruas, nas praças, ocupando reitorias...o NOVO pede passagem!

Veja o evento no facebook http://www.facebook.com/event.php?eid=137006936396168

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Entendendo os 10% do PIB para a educação

O que é o PIB:

O PIB (produto interno bruto) é a mensuração de quanta riqueza uma certa região (país, estado, municipio) gerou em algum período (trimestre, anual). Ele agrega as riquezas públicas e privadas.

Se o PIB cresce, a riqueza cresce, logo há mais dinheiro para ser investido.

Como funciona o investimento do PIB pra educação?

Bem vamos tomar como exemplo o Brasil no ano de 2010. O IBGE mediu o PIB e o valor encontrado foi de 3,674 trilhões de reais. Vamos arredondar para 3,600 trilhões de reais para facilitar os cálculos.

Pois bem. Temos o valor de 3,600 trilhoes de reais para o PIB brasileiro em 2010, e agora? Queremos investir 10% do PIB em educação, o que daria 0,36 trilhões ou 360 bilhões de reais para se investir em educação no Brasil.

Mas afinal, como se faz isso?

É muito simples. O Brasil em 2010 tinha, de acordo com o IBGE, 190.755.799 de habitantes. Vamos arredondar, mais uma vez para 190 milhões de habitante.

Nem todos esse habitantes estão em idade escolar, que varia de 0 a 24 anos para um ciclo normal de educação que iria da educação infantil, passando pelo ensino fundamental e médio até concluir o ensino superior, aos 24 anos de idade. A soma aproximada das pessoas nessa faixa etária e nesse ciclo educacional no Brasil resulta em 81.111.278 de pessoas. Arrendondaremos mais uma vez para 81 milhões para facilitar o cálculo.

O Cálculo:

Temos 360 bilhões de reais, que equivalem à 10% do PIB, 81 milhões de habitantes em idade escolar (excluindo mestrado, doutorado e educação de jovens e adultos).

360 bilhões divididos por 81 milhões de pessoas em idade escolar:

360.000.000.000/81.000.000 = 4444,44

4.444 reais anualmente por estudante. Ainda é muito baixo.

Lembrando que eu exclui desse meio as pessoas que repetem de ano, as pessoas que fazem pós graduação, mestrado, doutorado e a educação de jovens e adultos.