sexta-feira, 30 de outubro de 2009


ATO na UFF exige fim da proibição da entrada de crianças no Bandejão


Atividade foi promovida pelo coletivo "Não vou me adaptar - UFF", que constrói a ANEL na UFF


Anteontem, dia 28 de outubro, estudantes da UFF, organizados pelo coletivo "Não vou me adaptar - UFF" e pela ANEL, realizaram um ATO nas dependências do Bandejão (RU), exigindo o fim da proibição da entrada de crianças no restaurante. Esta proibição acabava por impedir que as estudantes que são mães de se alimentarem no Bandejão (RU), por não terem opção de com quem deixar seus filhos têm que trazer seus filhos para a universidade. Mais um reflexo da precariedade da assistência estudantil nas universidades, em especial as políticas de assistência estudantil de gênero: a inexistência ou insuficiência das creches, licença-maternidade limitadíssima, dentre outras.


O ato, que infelizmente não contou com muito apoio do DCE-UFF, se expressou pela entrada de três estudantes da UFF com seus filhos no Bandejão que, ao serem barrad@s, paralisaram a fila de entrada, ao mesmo tempo em que ativistas panfletavam na fila, interviam no interior do Bandejão e corriam abaixo-assinado. Com adesão dos estudantes da UFF presentes (cerca de 300), as estudantes conseguiram entrar no Bandejão com seus filhos. Certamente, uma vitória! No dia seguinte. dia 29/10, em reunião com a Diretoria do Bandejão, ficou comprometida uma reunião em que se pautará o fim da proibição, que está muito próxima de acontecer! Nesta nova reunião será entregue o abaixo-assinado sobre a questão, que já conta com mais de 500 assinaturas. É necessário lutas! É possível vencer!


•Pelo fim da proibição da entrada de crianças no Bandejão da UFF!
•Por uma política de assistência estudantil de gênero!
•Por uma expansão das universidades públicas de qualidade! Não ao REUNI de Lula!



Coletivo "Não vou me adaptar - UFF"
Construindo a Assembléia Nacional dos Estudantes - Livre

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Sobre os Bandejões e a Opressão as Mulheres na Universidade




Sobre os Bandejões e a Opressão as Mulheres na Universidade

Contribuição sobre o debate, do Coletivo “Não vou me adaptar – UFF”

A nossa campanha

A indignação das pessoas ao tomar conhecimento da resolução do DOA que proíbe entrada e permanência de crianças no bandejão são um bom indicador da repercussão que o nosso abaixo-assinado e ato marcado contra a resolução (dia 28/10, quarta-feira, 17:30) podem ter na universidade.

Nas passagens em sala temos a imediata adesão da maioria dos estudantes. Mas também são levantadas questões que devemos estar preparados a responder. Essas questões surgem porque a ideologia machista está tão arraigada em nossa sociedade que passa a ser considerado natural, por quase todos, que a mulher seja onerada com toda a responsabilidade pelos cuidados com seus filhos. Mesmo sendo simplesmente um absurdo o fato de uma mulher ser impedida de alimentar-se por trazer junto a si seu filho ou filha, não se questiona primeiramente a razão desta mulher ter que trazê-lo a universidade, e sim a razão porque proíbem a entrada de crianças no Bandejão!

Sem nos desligarmos da nossa política para o movimento de mulheres em geral, mostrando o agravamento da situação das mulheres nos marcos da crise econômica (que apesar de uma recuperação conjuntural, continua sendo profunda e persistente) e fazendo a denúncia da falta de políticas e do corte de verbas para o setor, realizados pelo governo, talvez seja conveniente saber as razões que provavelmente fundamentam a proibição, para desconstruí-las também a partir delas mesmas.

A razão do absurdo: porque proíbem e porque não deveriam proibir

A inadequação da comida è é certamente a principal razão exposta. Esse argumento funda-se no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), onde o Estado divide com a sociedade e a família a responsabilidade pela alimentação das crianças. E também numa discussão sobre a "cantina saudável", que orienta a restrição do acesso a alimentos gordurosos e nocivos as crianças na merenda escolar de escolas públicas e privadas e tem mais uma série de medidas que vem no sentido de promover a saúde das crianças.

o Sem estabilidade no emprego, moradia, saúde, creches e em meio a uma crise violenta onde o governo cada mais retira da classe trabalhadora para dar aos bancos, a dura realidade da classe hoje é que dá-se uma enorme batalha para garantir a alimentação, sem discutir mesmo o seu caráter. E a maioria da população permanece sem acesso aos serviços básicos.

o A indústria de alimentos faz comerciais cada vez mais apelativos às crianças e não consta que seja sobretaxada por isso. As crianças que podem pagar, inclusive, seguem comendo esse lixo. E todos nós estamos comento os malditos transgênicos, a um tempão.As medidas do governo são no sentido de proteger o comércio de alimentos e a indústria, não as crianças.

o Quando for questionada a qualidade da comida que nos é oferecida precisamos também nos lembrar que em casa a comida oferecida as crianças é a mesma consumida pelo restante da família, salvo em raras exceções. A retirada de alimentos prejudiciais a saúde (bacon, maionese, molho inglês) não poderá acarretar desnutrição a nenhum estudante, nem gera custos. Mas as substituições (steak em vez de frango, almôndega de soja em vez de carne) podem gerar carência em crianças, sim. Alguém se incomoda em trocar o Steak por frango, a almôndega por carne? Pois bem, nossa cozinha não poderia fazê-lo, pois não possui equipamentos suficientes para estocar os alimentos adequadamente. Nem verba para isso. Aí então, como brilhante solução, deixa as mães e suas crianças de fora!

o Ainda no governo Fernando Henrique os RU passam a ser uma regalia que a reitoria concede ou não aos estudantes, não tendo verba destinada para tal prevista em orçamento. A despeito do número de empregos perdidos e da importância da existência de bandejões nos campi universitários, o governo Lula nada fez em relação a medida. Sua grande sacada é mutiplicar as vagas na universidade sem se preocupar com uma assistência estudantil que garanta a permanência de todos .

Nossa luta: políticas de assistência estudantil de gênero

Nossa universidade não irá admitir a necessidade, nem a falta de políticas para permanência de mulheres. Mas as crianças estão no campus, nas salas de aula, às vezes estão até nas bibliotecas. E comem os salgados, biscoitos e refrigerantes vendidos no campus e arredores. Achamos que elas deveriam estar num local adequado, sendo bem assistidas e desenvolvendo plenamente suas habilidades. Mas onde estão as creches? As do município não atentem a necessidade da população e a da universidade nem de longe atende a nossa demanda. Nesse ponto, as crianças filhas de mães que não podem contar com uma rede de amparo familiar, ou não tem dinheiro para contratar uma babá ou pagar uma creche, são levadas para a universidade por suas mães. Umas sempre, outras eventualmente. Essas mulheres tem que carregar o peso do seu material, a bolsa de criança, a própria criança, enfrentar às vezes a falta de compreensão dos professores que às vezes não permitem sua presença em sala de aula com os filhos, o olhar julgador dos colegas e também são barradas quando tentam se alimentar no bandejão! Não é natural que a maternidade, que devia contar com total proteção do Estado, seja discriminada dessa forma. Precisamos combater a ideologia machista na nossa sociedade, questionar seu próprio modelo e nos organizar para derrubar toda medida que dificulte a permanência de mulheres na nossa universidade. E muito mais, devemos lutar para que a permanência de todas que aqui estão seja assegurada, com a implantação de uma série de medidas que possibilitem que as mesmas concluam seus estudos.

Patrícia Santiago (Direito – UFF)

Ticyane Madeira (Serviço Social de Niterói – UFF)

COLETIVO “NÃO VOU ME ADAPTAR – UFF”

domingo, 18 de outubro de 2009

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

ANEL-RJ


http://twitter.com/naovoumeadaptar/