Regional RS do ANDES-SN: Professores relatam precariedades das universidades
Por Fritz R. Nunes
Sedufsm Seção Sindical
O 5º Encontro da Regional RS do  ANDES-SN teve continuidade durante manhã e tarde deste sábado, 4 de  dezembro, no auditório da SEDUFSM. O evento, coordenado pela 1ª  vice-presidente da Secretaria Regional do ANDES-SN no estado, Laura  Fonseca, teve por objetivo ouvir relatos das ações e da mobilização dos  professores nas diversas instituições e a, partir disso, apontar  propostas conjuntas. Foi a partir desse diálogo que se pode constatar  que a precariedade que o ANDES-SN aponta em relação à expansão promovida  pelo governo federal tem uma face bastante concreta.
Jefferson Rocha, professor de Economia  da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), em São Gabriel (RS),  informou que, apesar de concursos recentes realizados, o déficit no  quadro de pessoal ainda é bastante alto. Há uma sobrecarga de trabalho,  obrigando alguns professores a estar 20 horas na sala de aula. O espaço  físico também é um problema. Os cinco cursos existente naquele campi da  Unipampa funcionam em um único prédio. Outros dois tiveram autorizadas a  construção, entretanto, as construtoras desistiram na metade da obra.
As dificuldades na Unipampa também são  políticas. Conforme Rocha, a instituição foi construída sem um projeto  de universidade e com o discurso de que ajudaria a resolver problemas em  uma região “deprimida economicamente”. Entretanto, constata ele, esse  discurso não se sustenta mais como justificativa para a manutenção da  precariedade. “A nossa reitora, que na verdade é uma interventora  (pertence ao quadro da UFRGS), boicota sistematicamente a atuação do  sindicato (Sesunipampa) na instituição”, denuncia o professor.
O relato de situações difíceis também  foi dado pela professora Angélica Pinho, da Unipampa, campi de Dom  Pedrito (RS). Docente do curso de Zootecnia, Angélica ressalta que o  fato positivo é que desde março conseguiram se mudar para um prédio  novo, porém, a falta de profissionais para a docência ainda é uma regra.  Funcionam atualmente dois cursos e, para 2011, a previsão é de que  sejam abertos dois novos. Em concurso recente foram aprovados três  professores, mas o número ainda é insuficiente, destaca Angélica.
Um dos novatos no encontro sediado pela  SEDUFSM, o professor Ildemar Mayer representou a Universidade Federal  da Fronteira Sul (UFFS), no campi de Cerro Largo (RS). A UFFS também é  um modelo multicampi, funcionando no estado nos municípios de Erechim e  Cerro Largo. Há ainda os campi de Chapecó (SC), Realeza e Laranjeiras do  Sul, no Paraná. 
Mayer é professor do curso de Química e  relatou que o início do trabalho na UFFS foi bastante difícil. “Foram  dois semestres (2009) sem laboratórios”, explicou ele. A principal  dificuldade informada por ele se refere à carga de trabalho excessiva.  Em Cerro Largo existe um total de 37 professores atuando, sendo um deles  na condição de Visitante. Pelos cálculos que fizeram, a necessidade do  quadro seria de pelo menos 90 professores. Os obstáculos que têm se  apresentado levaram a que ocorresse uma mobilização no sentido de buscar  a sindicalização, destacou Ildemar Mayer.
O 5º Encontro da Regional RS do  ANDES-SN, com a participação de cerca de 20 pessoas, representando  diversas instituições do estado, encerrou ao final da tarde de sábado,  com a apresentação dos encaminhamentos. No domingo pela manhã, na  SEDUFSM, ficaram reunidos apenas os integrantes da secretaria Regional  do ANDES-SN, que são: Laura Souza Fonseca (UFRGS), Carlos Pires  (SEDUFSM), Billy Bastos (APROFURG), Elmo Swoboda (APROFURG) e Candido de  Souza (UFRGS).