Assalto no Bandejão da UFF
O problema da segurança no campus universitário
ANEL exige mais investimentos numa expansão com qualidade! Mais verbas para a segurança nas universidades!
Nesta  quinta-feira, 09 de dezembro de 2010, por volta das 16 horas, um homem  armado entrou no campus da UFF, em Niterói, Rio de Janeiro, e assaltou a  secretaria do Bandejão, levando cerca de 1,5 mil reais da venda de  tickets. Este evento não surpreende mais os estudantes da UFF, e  provavelmente a nenhum estudante de universidade pública no Brasil. Foi  só mais um evento violento, que é recorrente nos campi. A violência é  comum nos campi da UFF: assaltos a mão armada no campus, furtos a carros  nos estacionamentos e mesmo nas salas de aula e corredores. Há tempos  atrás, inclusive, verdadeiros saques foram perpetrados contra o  patrimônio universitário, como no caso dos roubos de equipamentos  didáticos da Faculdade de Educação da UFF.
Uma realidade de precarização nacional
Estes  lamentáveis eventos são comuns aos estudantes, professores e  funcionários de todas as universidades públicas do país. Não é um  problema só da UFF. Os assaltos, furtos, e até estupros se alastram  pelos campi: na UFPR, áreas sem iluminação do campus aumentam os  perigos; na UFRJ até em sala de aula os estudantes e professores já  foram assaltados a mão armada; na UFPA e na Rural do Rio os casos de  estupros tiram a tranqüilidade das estudantes que transitam pelo campus.
Estes  problemas têm culpados: as Reitorias e os governos. Primeiro, pela  conivência, fruto da omissão neste assunto, pois no geral as instâncias  governamentais não avançam em políticas para além de câmeras e muros nos  campi, o que não resolve os problemas, como a realidade nos mostra (a  UFF mesmo é murada e possui monitoramento por câmeras). Segundo, porque a  (des)política de segurança é fruto dos sucessivos cortes de verbas na  educação que sucateiam-na de conjunto, inclusive no quesito “segurança”:  ao longo do tempo foram extintos e não-renovados por concurso os cargos  de funcionários nesta área, e em outras; apostou-se na política de  terceirizações, que não resolveram os problemas pois, além dos  trabalhadores-seguranças terceirizados receberem salários muito baixos,  trabalham em péssimas condições e sem a devida qualificação e segurança,  ainda por cima a segurança no campus normalmente é voltada para o  patrimônio, deixando de lado a segurança das pessoas que freqüentam o  campus universitário.
E com a expansão precária que as universidades vivem agora, estes problemas tendem a se agravar, pois não há verbas suficientes para uma expansão com qualidade: a criação desenfreada de vagas não está acompanhada de investimentos que garantam a qualidade, como concursos suficientes de professores e funcionários, assistência estudantil, ampliação e modernização da infra-estrutura para todos. E também, claro, falta dinheiro para políticas de segurança!
A ANEL defende uma expansão com qualidade! Que inclua investimentos em segurança democrática!
Frente  à esta realidade de precarização nas universidades, a ANEL defende um  programa que garanta a segurança no campus universitário e, ao mesmo  tempo, a integração da universidade com a sociedade. Não queremos uma  universidade murada, entrincheirada contra o que a rodeia, pelo  contrário, queremos que a população tenha acesso ao patrimônio do  conhecimento produzido nas universidades, como bibliotecas, museus,  cursos e projetos de extensão, e por aí vai. E que este acesso possa se  dar com segurança!
Defendemos o fim da terceirização, com a incorporação dos quadros de trabalhadores existente hoje ao funcionalismo público; abertura de concurso público para ampliação dos quadros ligados à segurança; boas condições de trabalho, qualificação e valorização salarial; conselhos sobre segurança nos campi que integre no mínimo de forma paritária estudantes, professores, funcionários e membros da sociedade. E para garantir este projeto, integrado a uma expansão com qualidade das universidades, mais verbas para a educação!
Fonte: http://anelrj.blogspot.com/
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